quarta-feira, 27 de maio de 2009

Relatório de uma professora como exemplo de que o Programa é algo totalmente possível de acontecer e dar certo. Bom trabalho a todas vocês!



Professora: Rosine Ferraz Damascena Borges
Cursista: Marileide Logon Ribeiro
Escola municipal “Mauro Wendelino Weis
Disciplina: Língua Portuguesa

Relatório de atividades realizadas em sala de aula

Com o intuito de atender a proposta do “Programa Gestão da Aprendizagem Escolar”, procurei dentro das possibilidades, desenvolver as atividades que considerei pertinentes e adequadas ao contexto.
Antes de detalhar os passos, quero destacar que para tornar possível ao aluno o domínio da linguagem numa perspectiva de interação, de interlocução e confronto ideológico, é necessário que sejam vivenciadas, em sala de aula, situações concretas em que se exercitem atividades de aproximação entre o vivido e o pensado, tendo como ponto de partida a prática do cotidiano, propiciando – lhe a tomada de consciência de que já possui algum conhecimento sobre o assunto abordado. É a partir desse saber que o aluno e o professor - responsável pela mediação, interação e interlocução – devem promover a difusão do conhecimento, de modo a desenvolver no educando o domínio pleno das atividades verbais, construindo saberes amplos e significativos para a vida em sociedade e assim tornando-se cidadãos conscientes de seus direitos e deveres.
Nesta perspectiva, elaborei um planejamento de atividades nas quais seriam desenvolvidas nas turmas dos 6.º anos (A, B e C) e no 7.º ano C do período matutino, pois no contra turno atuo na disciplina de Língua Inglesa. Organizar estratégias, destacar objetivos a serem alcançados é antes de mais nada o primeiro passo, que é primordial, na realização de uma proposta transformadora e geradora de conhecimentos.
Em relação ao desenvolvimento das atividades referentes aos “Gêneros Textuais: do intuitivo ao sistematizado” apresentados nos cadernos de teoria e prática do Gestar (Professor e aluno), decidi inicialmente optar pelas seguintes oficinas:
• Reconhecendo gêneros textuais – Aula 1 da Unidade 9;
• Descobrindo caminhos da poesia – Aula 1 e Aula 2 – Criando classificados.
Quanto à primeira oficina enumerada, procurei desenvolvê-la com os alunos dos 6.º anos por se tratar de uma atividade em que o aluno ainda começa a dar os primeiros passos para o reconhecimento dos gêneros textuais, pois os alunos nessa fase se encontram em processo de


aquisição e de elaboração inicial de definições textuais. Diante disso, acredito que os mesmos necessitam exercitar o conhecimento se aproximando do concreto, do visual, do vivido, para então apresentar o pensado de forma mais precisa.
Primeiramente procurei abordar os assuntos, apresentando aos alunos os textos 1 e 2 indicados na página 15 do caderno, nos quais evidenciam classificações de textos. Fiz um sorteio com os nomes de cada um e dois foram contemplados com a leitura, na qual os mesmos deveriam compartilhar com os colegas. O aluno A, ao ler o texto 1, na qual trata-se de um diário, iniciou a discussão a cerca do assunto do texto, abrindo espaço para as opiniões dos colegas. Aproveitando o momento, propus alguns questionamentos orais no sentido de dar condições para que os alunos elaborassem argumentos mais claros para a realização das atividades escritas sugeridas. A maioria participou com entusiasmo considerando o texto lido muito próximo do universo deles, destacaram ainda situações parecidas vivenciadas no cotidiano. Na abordagem ao texto 2, no qual se trata de uma propaganda, chamando a atenção do leitor quanto a questão séria do Turismo sexual existente e em número alarmante no Brasil, os alunos demonstraram enorme interesse, destacando antes da discussão exemplos de histórias reais observadas no contexto social a qual vivem. Foram muitos os depoimentos e a discussão se prolongou, mas muito enriquecedora, pois pude conhecer ainda mais o repertório, o conhecimento prévio que os mesmos possuem e que são tão importantes a serem explorados. Organizei a sala em circulo, no qual todos puderam dar opiniões e ouvir os outros, antes da realização das atividades escritas, procurei questioná-los um por um, utilizando as mesmas questões do caderno do aluno e com isso puderam ampliar seus conhecimentos a cerca do assunto. O tema abordado na propaganda “Exploração sexual infanto-juvenil”, foi muito significativo e enriquecedor, pois os próprios alunos destacaram a importância de falar sobre o assunto, pelo fato de verem todos os dias relatos de situações envolvendo a questão na televisão e na internet, meios de comunicação muito utilizados pelos mesmos.
Aproveitando os textos propostos também no livro didático, nos quais tem como tema central “Criança e Sociedade”, propus que os alunos fizessem relações entre o que foi abordado nos textos anteriores e os destacados nos texto desta oficina.
No 7.º ano C, como atividade a ser desenvolvida, optei pela proposta da Aula 1 e Aula 2 da unidade 10 “Descobrindo caminhos da poesia” e “Criando classificados”. No primeiro momento havia planejado a aula, tendo como recursos, as cópias dos textos 1 e 2, para que facilitasse o trabalho, porém ocorreram imprevistos e mudei logo minha estratégia. Decidi então, utilizar o quadro negro para escrever os textos para que os alunos os visualizassem e assim pudessem realizar as atividades. Todos leram os textos e primeiramente os classificaram, identificando neles elementos e características dos textos em questão. Não foi difícil para que os mesmos os identificassem como classificado e anúncio, como texto literário e não literário. Logo em seguida, propus a formação de grupos de trabalho, no sentido de trocarem idéias. Sendo assim, responderam às questões escritas e sempre que necessário esclarecendo dúvidas.
Em relação a Aula 2, o primeiro passo foi ler o texto da autora Roseana Murray, trecho retirado de seu livro “Classificados Poéticos”, depois o escrevi no quadro e sugeri que as meninas lessem a primeira e terceira estrofes e os meninos a segunda e a quarta estrofe. Eles demonstraram interesse e empenho na realização da proposta. Logo após fizeram a interpretação oral do texto, procurando compreender o que o eu lírico do poema quis dizer.



Explorei também a imagem apresentada pela autora, questionei e instiguei-os em relação ao desenho do baú trancado com cadeado, no sentido de que os mesmos pudessem expor seus sentimentos guardados, resgatando memórias da infância e relembrando momentos bons e marcantes.
As aulas foram poucas, os assuntos foram muitos e interessantes. Aproveitei a oportunidade para realizar a Dinâmica dos nós no barbante, pois falar de si mesmo é muito difícil e os alunos estavam constrangidos em expor sua vida. Sendo assim achei pertinente propor esta atividade e que permitiu que cada um de uma forma espontânea apresentasse seus momentos mais significativos. Eles adoraram a atividade e eu, como professora, me encantei ainda mais com a habilidade e a competência comunicativa de meus alunos em expor seus sentimentos, aflições, conflitos, angústias, alegrias e desejos. Pude também com isso me aproximar da vida de cada um e compreendê-los melhor, muitos apresentaram depoimentos reveladores e surpreendentes.
Realizaram adequadamente a primeira atividade escrita e logo depois em uma outra aula, propus o desenvolvimento das atividades 2 e 3, que eram propriamente a produção de classificados literários e não-literários. Novamente, pedi que se organizassem em grupos para a produção de classificados segundo a proposta. Recolhi revistas e os mesmos utilizaram imagens escolhidas e produziram bons textos sem a minha intervenção, pois neste momento deixei-os livres para desenvolver a criatividade e outras habilidades necessárias à produção textual. Ao finalizarem o trabalho, montamos junto o Mural de Classificados. Procurei registrar alguns desses momentos fotografando-os nos momentos de produção.
A realização dos trabalhos descritos foi gratificante, pois os próprios alunos reconheceram a importância e o sentido de cada atividade realizada, fazendo comentários positivos sobre a aula e demonstrando satisfação. Quero finalizar este relatório deixando como mensagem o texto de Mário de Andrade que destaca que...
“Ninguém escreve para si, a não ser um monstro de orgulho. A gente escreve para ser amado, para atrair, para encantar”.


Marileide Logon Ribeiro

Reconhecendo gêneros textuais – Aula 1 da Unidade 9;
6.º ano B - matutino
Descobrindo caminhos da poesia – Aula 1 e Aula 2 – Criando classificados.
7.º ano C - matutino

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